sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Partilha

Sei de quase nada, mas gosto dos seus vicios,
o malandro do chapéu-coco disse que devias vir
para ver os meus olhos tristonhos,
tomei-lhe a cartola e abri as cortinas.
Mas gosto de suas virtudes,
o seu coração de maçã caramelada, do amor.
Tudo o que pude absorver de você, nuances atenuantes,
me faz tangir os olhos as lembranças, que ainda nem vivemos
muitas, unicamente múltiplas.
E é do teu alfabeto que as composições tomam forma
orbitam pensamentos circulares de lucidez lúdica
até a terra de diamantes, quilates sedutores repousando
nos sentidos evaporados, non cense e natural.
Partilha, esse é o nome.
Sei que as vezes me perco, tudo me embaralha,
então, paro e olho o que ainda ficou por dizer, um pretexto
para que a poderosa locomotiva continue a fazer sombra na estação,
Aguardo, te guardo, ardo.
Esta é minha transgressão, gosto das virtudes e vicios,
partilhados.
Apagar as velas e devorar o bolo da festa.