domingo, 26 de julho de 2009

Nalgum lugar

Eu estava ali sentada falando ao meu vestido
Uma coisa à toa, por acaso boa
No final do verão-tropical-azul
Eu era uma cifra, charada por vezes.
Mas tinha graça, pra entender
Sua escola de idiomas lusitana.
E o caração bate sempre do mesmo jeito
Aqui era uma mão, era uma alegria, prossigo redundando
Era uma mensagem que eu não compreendia.
Eu estava ali saindo num gesto falado
Procurando becos, portão ou lampião
E o ciclo que inicia é o que parecia
Que coisas acontecem
Pegam de surpresa e acham a rotação.
E o caração bate sempre do mesmo jeito
Tinha lentes, em outras coisas via os dois rostos
Na avenida daquele samba, a se revelarem
Um desfolhar que agora eu já entendia
Muito além do que quero chegar
Via em mim o impossível ou possível, apenas
Talvez, o coração bate sempre do mesmo jeito

3 comentários:

  1. O coração pode sempre sim bater do mesmo jeito, quando ele alcança a maturidade e sabe absorver as alegrias e dores do mundo,,,agora as palavras escritas, depois de refletidas e dissecadas na sensibilidade de Desirée jamais batem nos papéis e nos olhos de quem as lê compassadamente elas se estilhaçam em maravilhosas interpretações, um verdadeiro mosaico verbal!

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  2. Cada um que te lê se identifica com os personagens que usa. Quem conhece um pouco dessa sua intensidade existencial percebe os fatos revelados com sutileza e a maneira forte que você os sente. É assim que vejo. Gosto de como escreve, e é notável a evolução das construções. Você, Desirée, é única!!

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  3. Eu já havia me encantado com o que vc escreve.Mas vc sempre se supera.....bom isso!
    E como eu te disse uma vez, parece que joga as palavras ao alto, ou as assopra como bolhas de sabão, mas qdo elas caem ou estouram, formam lindos desenho, exatamente onde vc quer.
    Parabéns

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